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Uma análise crítica da carta-testamento de Getúlio Vargas
Gênero
Tese de doutorado
Data
2016
ISBN
978-33-3075-902-2
Páginas
180
Numa abordagem inter/transdisciplinar, pretende-se pesquisar como é possível articular-se a Análise Crítica do Discurso (ACD) ao estudo das estruturas sócio-econômico-políticas de um determinado momento histórico, no caso, o brasileiro, da segunda metade do século XX. A carta-testamento deixada pelo político gaúcho Getúlio Dornelles Vargas, então presidente da República, por ocasião de seu suicídio, no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1954, constitui-se em objeto privilegiado para uma análise inter/transdisciplinar, tendo como eixo epistemológico a Linguística Crítica. Buscou-se na presente análise, embasamento teórico nas contribuições de estudiosos como Norman Fairclough, Teun A. van Djik, Michael A.K. Halliday, entre outros. As ideias de Edgar Morin, teórico do pensamento complexo enriqueceram a parte do trabalho relativa à abordagem inter/transdisciplinar. As reflexões de Hilton Japiassu sobre o papel da abordagem inter/transdisciplinar nas pesquisas científicas foram também incorporadas. Recorreu-se, além disso, ao estudo do ethos discursivo, outro elemento norteador do trabalho. Com base nos referidos fundamentos, objetivou-se fazer uma análise linguística, social e política da carta-testamento, firmada pelo enunciador (Getúlio Vargas), cuja construção revela vontade de dominação e instrumentalização política do enunciatário (o povo brasileiro).As categorias abordadas foram a histórica, a emocional, a mística, a linguística, e a do ethos discursivode Vargas. Teve-se em mira configurar, assim, a factibilidade do diálogo da linguística com teorias sociais, de forma inter/transdisciplinar e contextualizadora. Nesse sentido, pode-se também dizer que limitar a ACD à análise da linguagem (fugindo, aliás, a seus pressupostos) é prejudicial a uma visão de conjunto em que os sistemas de signos socialmente constituídos encontram-se integrados. Conclui-se pelo diálogo possível e necessário entre a ACD e uma abordagem inter/transdisciplinar profunda do discurso, que leve em consideração o contexto da produção, o discurso como prática social, e como as relações de poder, dominação e controle podem estabelecer-se e manter-se através de formas diferentes de linguagem.



